Sobre biscoitos e catedrais
Um leitor chamado Paulo me mandou um e-mail simpaticíssimo (depois daquele da tal da Leila, qualquer e-mail seria simpático, mas o do Paulo é realmente simpático). Não vou transcrevê-lo aqui como fiz com os outros porque esse lance está ficando chato (não pelos e-mails, claro, mas por minha culpa mesmo, não?), mas quero comentar algumas coisas sobre esse e-mail.
Além de Raduan Nassar, que levou aqueles quinze dias pra escrever Um Copo de Cólera, Paulo me lembra que escritores tão díspares quanto Franz Kafka, Lourenço Mutarelli e Carlos Heitor Cony também escreveram um ou outro de seus livros em tempo recorde. Por outro lado, penso que seja o caso de deixar isso pra lá, não? Os idiotas, como eu escrevi anteriormente, sempre vão encontrar algo novo pra encher o nosso saco. Então, melhor deixar pra lá.
O e-mail do Paulo foi bacana também (e principalmente) por trazer uma historinha envolvendo Fernando Sabino e Guimarães Rosa que eu não conhecia. Acho que ela tem tudo a ver com algumas coisas que venho escrevendo aqui sobre a necessidade de os escritores serem, sim, pretensiosos, mesmo presunçosos, e de arriscarem mais, sem medo de "errar" ou de quebrar a cara. Enfim, Rosa ligou certa vez para Sabino e perguntou o que ele andava fazendo. E então:
SABINO: Estou escrevendo um livro assim, assado.
ROSA: Não faça biscoitos, Fernando, faça catedrais.
Além de Raduan Nassar, que levou aqueles quinze dias pra escrever Um Copo de Cólera, Paulo me lembra que escritores tão díspares quanto Franz Kafka, Lourenço Mutarelli e Carlos Heitor Cony também escreveram um ou outro de seus livros em tempo recorde. Por outro lado, penso que seja o caso de deixar isso pra lá, não? Os idiotas, como eu escrevi anteriormente, sempre vão encontrar algo novo pra encher o nosso saco. Então, melhor deixar pra lá.
O e-mail do Paulo foi bacana também (e principalmente) por trazer uma historinha envolvendo Fernando Sabino e Guimarães Rosa que eu não conhecia. Acho que ela tem tudo a ver com algumas coisas que venho escrevendo aqui sobre a necessidade de os escritores serem, sim, pretensiosos, mesmo presunçosos, e de arriscarem mais, sem medo de "errar" ou de quebrar a cara. Enfim, Rosa ligou certa vez para Sabino e perguntou o que ele andava fazendo. E então:
SABINO: Estou escrevendo um livro assim, assado.
ROSA: Não faça biscoitos, Fernando, faça catedrais.
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