amores expresos, blog da CECÍLIA

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Polimento completo

Todo mundo sabe que, até o momento, eu fui o único a entregar os originais do meu romance da coleção Amores Expressos. Imagina o quanto de chacota eu não tenho aguentado. Lá em Passo Fundo, na Jornada, chega o Galera e me pergunta: "E aí? Já escreveu outro romance nos últimos dois meses?" Como se eu tivesse caído em alguma espécie de trote. Mas, tudo bem, o Cuenca e o Rodrigo tinham me dito desde quando eu estava em São Paulo: relaxa. Não se preocupa. Leva o tempo que precisar pra fazer algo bacana. Mas eu estava surdo. Ou já tinha surtado legal.

Aí, há uns quinze dias, mandei um e-mail pro Cuenca. Escrevi: Já que a ordem do dia é relaxar, pensei em dar uma polida no meu romance. Sabe como é, estou curado. Numa boa. Inteiro outra vez. Reler os originais talvez seja uma boa; reler e, talvez, fazer algumas alterações pontuais. No momento em que mandei o e-mail, me arrependi: e se me ocorrer mudar tudo? Pode acontecer. Naquele momento, eu me vi outra vez na roleta russa de alguns meses atrás, obcecado, virando noites na frente do computador. Caramba.

Reli o livro todo duas vezes, morrendo de medo de achar tudo uma merda e querer escrever outra coisa ou mudar tantas coisas que o troço ficaria irreconhecível. Fiquei com medo porque o Cuenca e o Rodrigo e o Marçal tinham lido os originais e gostado. Daí, eu pensei, só falta eu mexer num monte de coisas e eles acharem uma merda. Felizmente, nada disso aconteceu.

Eu não mexi num monte de coisas. A minha "revisão" não redundou em nenhuma alteração substancial, exceto pela inversão de dois capítulos na última parte. Ademais, nada demais. Cortando palavrinhas que sobravam. Reorganizando uma ou outra frase. Isso me deixou ainda mais tranqüilo do que eu já estava. E feliz. Quero dizer, apesar do surto e da crise e do troço que eu tive, e depois de tudo isso, depois de me refazer disso tudo, reli o romance e continuo gostando dele. Ou seja, eu realmente consegui escrever um livro decente (ou, pelo menos, que me agrada) em tempo recorde.

Agora, mais do que nunca, posso seguir em frente. Livre. Bem leve. Amém.