amores expresos, blog da CECÍLIA

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Saiu n'O GLOBO



Saiu uma matéria sobre o projeto Amores Expressos no Segundo Caderno do jornal O Globo de hoje. A versão online tem fotos bacanas do evento ocorrido na última terça-feira, em São Paulo. A maior parte dos autores (incluindo eu), os cineastas responsáveis pelos documentários e o idealizador e financiador (não, não foi usado dinheiro de renúncia fiscal) da coisa, Rodrigo Teixeira, estiveram presentes. O link para a matéria é ESTE, mas eu a reproduzi abaixo.

Na foto, estão: (em pé, da esquerda para a direita) Reinaldo Moraes, Lourenço Mutarelli, Chico Mattoso, Bernardo Carvalho, Daniel Galera, Amilcar Bettega, Daniel Pellizzari, (sentados, da esquerda para a direita) Antonio Prata, Luiz Ruffato, João Paulo Cuenca, Sérgio Sant'Anna, Paulo Scott, Joca Reiners Terron, (no chão) eu e Rodrigo Teixeira.

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Livros e documentários voltam na bagagem de viagem de 17 escritores brasileiros que participaram do projeto 'Amores expressos'

Por Márcia Abos.

SÃO PAULO - Foram 510 dias de viagem e quase 160 milhões de quilômetros percorridos, o que corresponde a quatro vezes a circunferência da Terra. Esta é a contabilidade de um ano do projeto "Amores expressos", que reuniu 17 escritores brasileiros de três gerações e os mandou por um mês para os mais diversos destinos: do Cairo a Lisboa; de Bombaim a Paris; de Sydney a Havana.

Todos de volta ao Brasil, eles se dedicam agora a colocar no papel as histórias de ficção criadas após o período de imersão. Ao mesmo tempo, os cineastas Tadeu Jungle e Estella Renner editam uma série de 16 documentários sobre cada um dos escritores, a viagem, o processo de criação e a relação deles com o amor. Três livros já estão escritos e devem ser lançados no segundo semestre deste ano pela Companhia das Letras. São histórias de amor contadas por Adriana Lisboa (Paris), Daniel Galera (Buenos Aires) e André de Leones (São Paulo).

- Foi um investimento corajoso. Espero que o resultado seja tão bom quanto o processo - avalia o produtor e idealizador, Rodrigo Teixeira, contando que desistiu de inscrever o projeto na Lei Rouanet, após a polêmica surgida há um ano, no lançamento de "Amores expressos", quando escritores e jornalistas criticaram a escolha dos participantes e das cidades de destino, bem como a utilização de recursos públicos provenientes de incentivo fiscal para viagens e livros.

O custo total de "Amores expressos", de R$ 1,2 milhão, foi totalmente financiado por recursos privados. Metade deste valor, que corresponde a despesas editoriais, veio do apoio da Companhia das Letras, que tem prioridade na publicação dos livros.

- Há tanta bobagem sendo feita com dinheiro público, que não entendo a polêmica em torno de um projeto inédito no Brasil e no mundo. Mas foi bom abrir mão do incentivo fiscal. Mostramos que há outras maneiras de trabalhar com cultura - disse Tadeu Jungle, diretor da parte cinematográfica do projeto, ao lado de Estella Renner.

Os dois cineastas dirigiram juntos os 16 documentários sobre "Amores expressos". Cada filme tem 26 minutos e deve ser veiculado a partir de agosto deste ano como uma série na TV (há negociações com o canal por assinatura GNT, a Rede Brasil e a TV Cultura) e depois lançado em DVD.

- Foi uma das experiências mais marcantes de minha vida. Não há nada parecido com este projeto em nenhum lugar do mundo. Um ano se passou, ninguém desapareceu, morreu ou foi seqüestrado. Esta história toda ainda vai dar muitos frutos - avalia João Paulo Cuenca, escritor e cronista do GLOBO, que coordenou e participou de "Amores expressos", indo a Tóquio em abril de 2007.

Os frutos aos quais se refere Cuenca são, além da possível publicação dos 17 livros e da veiculação dos documentários, a possibilidade de adaptação dos livros para o cinema. Tadeu Jungle está interessado em transformar em filme o livro de Lourenço Mutarelli. O cineasta já está dirigindo outra obra do escritor, "Miguel e os demônios".
Ambientado em Nova York, onde Mutarelli esteve por um mês, o livro contará a história de um jovem norte-americano que se apaixona por uma latina, para desgosto de seu pai preconceituoso. O pai estupra a namorada do filho em um dia que consegue ficar sozinho com a garota. Ela desenvolve uma espécie de Síndrome de Estocolmo e mantém um relacionamento paralelo com pai e filho.

Diretor de "Madame Satã" e "O céu de Suely", Karin Ainouz está interessado em adaptar para o cinema os livros de Joca Reiners Terron, uma história de amor entre irmãos que se reencontram no Cairo após uma separação de 20 anos, e de Cecilia Gianetti, cujo cenário é Berlim.

Sérgio Sant'Anna voltou a Praga, onde esteve na histórica primavera de 1968. Conta que redescobriu seu amor pela cidade, onde "levava um tapa de beleza a cada lugar que olhava".

- Tenho um caso de amor com a cidade. Fui muito feliz neste mês sozinho em Praga, flanando pela cidade. Sou uma pessoa com dificuldade em escrever, há sempre uma tensão no processo. Estou escrevendo agora com menos tensão e mais prazer - disse o escritor.

Seu livro vai narrar as aventuras de um viajante solitário que vive diversos casos de amor em Praga, em uma narrativa repleta de sexualidade.

- Minha cabeça ficou povoada de histórias imaginárias. Há muito amor, muita sexualidade e muita estranheza nos casos vividos pelo meu protagonista.